domingo, 27 de março de 2011

A MALDIÇÃO DA CALCINHA VERMELHA

Você convidou sua prima para um happy hour. Vai até a casa dela. Chegando lá, após esperar alguns minutos diante da porta do apartamento, que mais parece um “kinder ovo”, como suas amigas dizem, ela vem lhe atender. Ao abrir a porta, um cheiro estranho vem do interior da casa... um cheiro estranho de queimado... Você se assusta e a avisa que algo está pegando fogo lá dentro...Talvez seja a fiação...Aquele emaranhado de fios atrás do computador, onde há um filtro de linha colorido com quinhentas coisas ligadas ao mesmo tempo...com certeza deve ser dali que vem o suspeito aroma...Ali tem PC, aparelho de DVD, televisão, o carregador do celular e do MP3...e mais uns outros fios que parecem ligar nada a coisa nenhuma...mas estão ali...
Ela a olha como se nada estivesse acontecendo e diz como se avisasse que vai chover que está queimando uma calcinha! O quê? Uma calcinha????? Ela balança a cabeça afirmativamente e mostra a façanha. Você vê na minúscula churrasqueira que ela montou bem no meio da igualmente minúscula cozinha, algo que parecia em um passado bem recente uma calcinha fio dental de renda vermelha... do mesmo modo tal qual cozinha e churrasqueira: minúscula...diria “minusculérrima”, se é que existe tal palavra... Mas para aquela calcinha que mais parecia um desafio da empresa têxtil a qualquer anatomia feminina, o adjetivo era ainda maior que a própria peça.
Mas por que ela estava fazendo isso? Logo ela, freqüentadora assídua das seções de lingerie de todas as lojas da cidade... Onde há renda e falta de vergonha à venda, lá está ela pronta pra ver os lançamentos... Não que você seja moralista, mas ao abrir o guarda-roupas dela, certa vez, você até corou: era uma quantidade de peças íntimas, conjuntinhos, apetrechos...coisas aladas, coisas de formatos inusitados...sexyshop perde feio...e ela cultua suas peças com uma devoção assombrosa. E por isso mesmo a cena do churrasquinho de renda a chocou.
Mas por que queimar aquela calcinha? Por quê? Ela lhe responde de modo solene e ameaçador: “esta calcinha é amaldiçoada!”
Como assim????? Amaldiçoada??? Nossa, surtou de vez, agora sim ela vai se encostar no INSS... vai passar pela perícia sem temor e receber grau dez em maluquice... Quem diria... calcinha amaldiçoada!!! Claro que você ri...mesmo diante da criatura indignada pelo seu desrespeito. Aí ela lhe explica que todas as vezes que combinou um encontro mais quente com alguém, qualquer alguém do sexo masculino que fosse, estava pensando em inaugurar a tal calcinha... E sabe o que acontecia? Tudo, menos o encontro.
Ou o rapaz tinha que viajar de última hora, ou alguém adoecia (quando não era ele próprio), ou ele ficava preso no trabalho... ou a ex-mulher inventava que ele tinha que pegar o filho remelento pra passar a noite com ele...Enfim, sempre algo dava errado...
Então, a alternativa mais viável não é culpar o dedo podre que ela tem pra escolher “namorados”... Que nada. A culpa não é dos homens que são hábeis em nos descartar quando já conseguiram o que queriam... A culpa é da calcinha mesmo...E sem recurso ou apelação: fogueira nela.

quarta-feira, 23 de março de 2011

segunda-feira, 21 de março de 2011

O PRIMEIRO JANTAR

Você conheceu alguém e ainda não caiu em tentação? Pois bem, gurias, aconselho-as a sugerirem uma saidinha para jantar.
Um jantar pode revelar horrores de coisas do aspirante ao seu coração. Mas não esqueça de deixar o local por conta dele, porém, que ele decida e lhe comunique com antecedência para você decidir o que vestir.
Se ele disser para se encontrarem lá... menos um ponto. Eu se fosse você, nem iria. O melhor é que ele a busque em casa ou no trabalho. Ah, mas você não quer que ele saiba onde você mora ou trabalha? Bom, então tente um local de referência muito próximo e peça a ele para lhe ligar quando estiver nos arredores.
Quando ele estacionar (dependendo do trânsito, claro), se ele descer para abrir a porta pra você, até eu caso com ele. Porém, se não der, pelo menos que ele puxe o trinco (aí eu pensaria mais um pouco, porque mulher adora um cavalheiro).
Chegando ao local, preste atenção nas atitudes dele. Se ele dá uma geral no ambiente como se procurasse alguém, ou quisesse flertar com todas as mulheres presentes... Graves indícios, pois nas duas situações, é melhor cair fora. Homem tem que ter os olhos só na gente, ainda mais em um primeiro jantar. E se o restaurante não ficar na mesma cidade ou em um bairro muuuuuuuito distante...ih, ele é comprometido e não pode ser visto com você. E o dia da semana é essencial, tem que ser dia nobre: sexta ou sábado! Caso não seja... Fuja do meliante!
Se ele lhe dá a liberdade de escolha do cardápio, ótimo! Se ele quer um vinho pra acompanhar, melhor ainda! Mas se ele reclamar dos preços... adeus!
Veja se ele fala de boca cheia, sabe usar os talheres, mas se colocar o guardanapo no colarinho e palitar os dentes observando o que “pesca” na ponta do palito... adeus! Porém, se após a sobremesa ele sugerir um cafezinho, esse é dos bons. Se sugerir um licor, cuidado, ele pode estar exagerando no álcool. E é ele quem está dirigindo, não esqueça.
Se ele paga a conta sem titubear, beleza. Se ele faz as contas com a calculadora do celular e ainda propõe um “rachicho”... oh, céus! Porque pelo menos enquanto não se conhecerem bem e não souberem das limitações financeiras um do outro, a etiqueta manda que o homem pague. E não me venham com feminismos bobos de igualdade, porque nessas horas a gente quer ser bem mulherzinha. E se ele tiver a delicadeza de elogiar roupa ou perfume???? Maravilhoso!
O primeiro passo foi dado e se você quiser “dar” pra ele depois desse jantar... o problema é seu. Aconselho (hoje, né, porque amanhã posso mudar de idéia), que vocês saiam mais uma vez. Desta vez pode ser um boliche para se verem em movimento, se ele tem coordenação motora. Desaconselho sair pra dançar, porque homem não foi feito pra isso...
Vá que dê certo e amanhã vocês casem e tenham filhos???? Ao menos você terá oportunidade de ver se ele sabe a diferença entre a mão esquerda e a direita.

quinta-feira, 17 de março de 2011

SEGREDO REVELADO: O QUE HÁ NA BOLSA DE UMA MULHER

Toda vez que entramos no elevador do prédio onde trabalho é um tal de bate bolsa aqui, bate bolsa ali. O elevador tem capacidade para seis pessoas... desde que sejam homens, claro, porque se forem mulheres, diria que estas seis não podem entrar com suas bolsas.
Homem diz que carregamos de tudo, coisas absurdas (para eles)... mas eles têm de pensar (atividade meio bizarra para a maioria) que nós mulheres modernas passamos o dia todo fora de casa e, se houver um imprevisto, não ficaremos a pedir socorro para eles, ou então, sem saber como agir...
Quando pego minha bolsa, penso no Batman com seu cinto de utilidades... Afinal, nunca ninguém criticou o tal morcego que subia pelas paredes utilizando um cabo de aço que saia magicamente de seu cinto (que mais parecia uma horrorosa pochete)... Robin ficava maravilhado e atacava logo um “com mil morcegos, Batman...”
Pois bem, nós mulheres contemporâneas não usamos pochetes ridículas, nós utilizamos bolsas. Não importa a cor, já que com certeza ela estará combinando com algo. Seja verde, rosa, azul, coral, preta, marrom... se não é nada visível, pode contar que combina com nosso espírito ou com a calcinha...quem sabe?
Aí fui dar uma olhada na minha bolsa... e encontrei itens que são imprescindíveis:
1. Carteira (óbvio), com cartões de crédito, talão de cheques (já além do limite), carteira da OAB (foto medonha), título de eleitor (cidadã sim, mesmo que não tenha boas opções de voto...), carteira de motorista (outra foto deprimente), cartão de crédito de algumas lojas locais (paraíso de consumo e promoções), cartão telefônico (para eventualidades), um dólar escondido (afinal, dólar chama dólar...vai ver que é por isso que tenho tantos carnês em casa, afinal, um deve chamar o outro...), dinheiro em espécie... muito pouco;
2. Niqueleira de oncinha (com criançada que faz com que ela pese e eu me surpreenda ao pagar um cafezinho e um pacote de “minhocas azedas”);
3. Necessaire – esta então é um luxo à parte, tem tudo mesmo: absorvente íntimo, lima de unhas (de aço, pq a outra quebra fácil e não sei onde posso parar, vá que seja presa, mas o kit esmalte, acetona e algodão, deixo no escritório mesmo...), escova de dentes, fio dental, pasta de dentes, gloss, rímel, pó, delineador, frasquinho com perfume, frasquinho com reparador de cachos, bandaid, filtro solar, desodorante, comprimido pra dor de cabeça, colírio, preservativos;
4. Máquina fotográfica e mais umas duas pilhas (a máquina é a pilhas, ai, deveria ter comprado uma à bateria...economia é a base da porcaria – como bem diz minha mãe. E pra que máquina? Ah, vá que eu cruze com o Frota... uma foto seria TUDO...);
5. Porta-cartões;
6. Celular (tem câmera, mas este negócio de blue, sei lá eu o quê, é um mistério à parte...) e carregador;
7. MP3 e carregador (gosto de ouvir umas musiquinhas na ida e na volta se não tenho uma companhia feminina pra adentrar as lojas com promoções...);
8. Chave de casa e do escritório (sempre perdidas no canto mais improvável, isto quando não conseguem entrar entre o forro da bolsa e a parte de fora...mistério dos mistérios, e ainda lascando a unha...ódio);
9. Lenços de papel e lenços umedecidos (podem bem ser do 1,99);
10. Tesourinha dobrável (estes pacotinhos de catchup, mostarda e maionese são terríveis de serem rasgados... NUNCA que aquela ranhura funciona...);
11. Um tercinho que ganhei não lembro de quem, mas guardei com carinho...
Ah... e umas outras coisas que agora percebi... mas meu espaço de texto está terminando... E revelar tudo hoje não teria a menor graça...
Outro dia continuo elencando os objetos que estão na maioria das bolsas femininas...a partir da minha, claro...

sábado, 12 de março de 2011

domingo, 6 de março de 2011

PELA LEI DO MENOR ESFORÇO

Já passei muito trabalho e entrei em muitas roubadas nesta minha vida... e do auge dos meus 45 anos (com corpinho de 44), aviso: não me convidem pra Programa de Índio.
Quem já não foi ao shopping num sábado à tarde? Não, por favor, nem pensar. Só se eu estiver no auge da solidão e da autodestruição... E ainda procurar um lugar na praça de alimentação às 13 da tarde e querer almoçar a tempo de pegar a primeira sessão de cinema no primeiro final de semana daquele lançamento badalado???? Se me encontrarem nesta situação, internem-me já. Estou na última das últimas de um surto qualquer...
Viradas de ano na beira da praia? Já passei pra NUNCA mais. Certa vez em plena Barra da Tijuca no Rio de Janeiro quase celebrei a meia-noite na fila do banheiro público, pra chegar lá e descobrir que as mulheres também têm problema de pontaria e papel-higiênico é artigo de luxo. Mais fácil encontrar um homem honesto do que papel nestes mictórios... E fazer xixi na beira da praia? Você consegue uma cistite por ter enfiado os pés na água gelada e lembrará da virada umas duas semanas depois, no mínimo, tomando medicamentos e tornando um infortúnio toda a ida ao banheiro...
Algumas amigas vão de saia, vestido e se “aliviam” na beira da água. Todo mundo sabe o que todo mundo faz quando vai pra beiradinha e ainda dá a “agachadinha”. Os homens têm postes, muros... Só os invejo nisso: fazer xixi em pé. Aí a gente vai para a praia e entra o ano literalmente “mijada”. Meu Deus, que bons augúrios, hein? Uma amiga minha ficava morrendo de sede, à beira da desidratação, só pra não ter que ir ao banheiro nestas ocasiões... Quando chegava em casa tenho certeza que urinava flocos de milho, pois comer comia e demais... Fora o carro que fazia com que fossemos umas cinco horas antes pra encontrar um lugar apropriado e seguro e voltássemos pra casa bem depois da virada, pois o trânsito era outra Via Sacra...
Já fui ao Terreirão do Samba, pertinho do Sambódromo... Não me invejem... Tratou-se de uma tentativa vã de manter meu casamento, pois meu marido (nossa, e pensar que já fui casada... numa outra vida menos inteligente...) iria sem mim... e eu iludida bancava a companheira, claro... Pra quê? Pra enfrentar os banheiros públicos, qual Hércules em seus doze trabalhos. Via-me na condição de nunca ter conseguido abrir aquelas portas com o poder da mente, ficar sem respirar algum tempo e, se lembrava de levar algo para suprir minha higiene, lavar as mãos seria o pote de ouro no final do arco-íris. Fora a vez que desfilei na Beija Flor e acabei toda esfolada nos ombros por conta da fantasia e quase com um furo no cérebro: o enfeite da cabeça foi amarrado de tal forma que certamente algum neurônio foi comprometido... se não eu não teria chegado ao final da avenida... Óbvio que a fantasia eu ganhei. Não teria gasto um centavo com tamanha inutilidade... neste ano a escola ganhou... E vocês acham que eu fui ao desfile das campeãs? Nem pela TV queria relembrar tal martírio...
Estes shows que assistimos na TV? Um povaréu com os braços pra cima, todo mundo suado, isso sem falar das mãos na bunda e tentativas de roubo... Tem também a epopéia de ir ao banheiro (meu Deus, problemas com o intestino? A idade permite, claro...) e tentar inutilmente encontrar as pessoas com as quais você foi ao evento... Nem tente... só se todos forem juntos e aí você vai ouvir críticas e recriminações...
Acampar? Só se você odiar sua casa ou se quiser se reapaixonar por ela. Sapos no banheiro? Pererecas no seu biquíni? Só permito uma no meu...
Prefiro ficar no recesso de meu santo lar. Ver shows e filmes pela TV. Tudo ao meu alcance... pois nem à cinema tenho paciência para ir...Sempre há um cabeçudo ou cabeçuda na sua frente, ou o ar condicionado está frio demais, ou nem existe e alguém esqueceu que banho a gente deve tomar regularmente...
Não, criaturas, economizem-me... O máximo de aventura a que me permito é tentar fazer o salário quitar todas as contas... mesmo tendo aprendido a viver no limite... e além dele, sempre...

quinta-feira, 3 de março de 2011

terça-feira, 1 de março de 2011