terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A GENTE MUDA

Toda vez que ouvimos alguém falando em relacionamentos que já duram algum tempo a conversa é sempre a mesma: fulano mudou, fulano não era assim quando a gente se conheceu (namorava, saía...). Todas as minhas amigas que estão em uma relação relativamente estável sempre reclamam da mesma coisa...
Dizem que o rapaz era mais carinhoso, atencioso... Que saíam mais, que não precisavam de mais ninguém por perto... Que tinham mais ciúme um do outro (não me venham dizer que é doença ou insegurança, um ciuminho é sempre bom...). Eu tenho ciúme de todo mundo. Afinal, todos que me cercam são meus, mesmo que não saibam disso... Bom, deixando o meu umbigo de lado...
A queixa do “mudar” é constante... nauseantemente repetida alguns pares de vezes na semana, no mês por interlocutoras diversas.
Mas paremos um pouco para pensar (engraçado que esta expressão “para e pensar” deve ter sido criada por um homem... a gente não precisa parar pra pensar... ai, me perdi de novo???? Não, ainda estou em Criciúma...), e observemos que talvez a gente mude também.
Certa vez minha prima reclamou que o marido queria tudo na mão: copo de água, roupa, toalha de banho... Aí perguntei se no início, no namoro, ela entregava tudo na mão dele. Ela disse que sim, afinal estavam namorando. Então concluí: “criastes teu próprio monstro!”
Ela fazia todas as vontades tratando-o quase como um deficiente físico. Só faltava mastigar por ele. E hoje quando o infeliz pede um copo de água ela ataca com um: “ué, não sabe mais o caminho da cozinha?” Ou então: “perdestes tuas mãos?”
As mulheres são rainhas no negócio da conquista. A gente paparica, enrola a vítima. E quando ele acha que encontrou a mulher que o servirá na cama e fora dela... a gente mostra que não é bem assim que a coisa funciona... Mas a m... já está feita. E depois de os tratarmos como gurizotes dependentes, tetraplégicos, queremos nossa alforria e que o guri ande com as próprias pernas e corte seu próprio bife, vire tri-atleta...
Eles também fazem isso sim. Mandam-nos flores quando nos dão algum bolo. Dão-nos algum presentinho quando se sentem culpados... Dizem que estamos lindas... Aí depois de adquirirem uma certa estabilidade no emprego, depois de passado o estágio probatório, já viramos baleias de tantos bolos. E desculpas???? Somente aos colegas, amigos de futebol ou ao patrão...
Mas todo mundo muda sim. Homem, mulher... Até os amantes... Num passe de mágica só ficam no ‘papai e mamãe’ e um começa a pedir dinheiro emprestado pro outro...
Todo mundo muda. Não digam que não. O que estraga qualquer relacionamento é o excesso de intimidade, de convivência... de monogamia...

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