segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

PELA LEI DO MENOR ESFORÇO

Já passei muito trabalho e entrei em muitas roubadas nesta minha vida... e do auge dos meus 45 anos (com corpinho de 44), aviso: não me convidem pra Programa de Índio.
Quem já não foi ao shopping num sábado à tarde? Não, por favor, nem pensar. Só se eu estiver no auge da solidão e da autodestruição... E ainda procurar um lugar na praça de alimentação às 13 da tarde e querer almoçar a tempo de pegar a primeira sessão de cinema no primeiro final de semana daquele lançamento badalado???? Se me encontrarem nesta situação, internem-me já. Estou na última das últimas de um surto qualquer...
Viradas de ano na beira da praia? Já passei pra NUNCA mais. Certa vez em plena Barra da Tijuca no Rio de Janeiro quase celebrei a meia-noite na fila do banheiro público, pra chegar lá e descobrir que as mulheres também têm problema de pontaria e papel-higiênico é artigo de luxo. Mais fácil encontrar um homem honesto do que papel nestes mictórios... E fazer xixi na beira da praia? Você consegue uma cistite por ter enfiado os pés na água gelada e lembrará da virada umas duas semanas depois, no mínimo, tomando medicamentos e tornando um infortúnio toda a ida ao banheiro...
Algumas amigas vão de saia, vestido e se “aliviam” na beira da água. Todo mundo sabe o que todo mundo faz quando vai pra beiradinha e ainda dá a “agachadinha”. Os homens têm postes, muros... Só os invejo nisso: fazer xixi em pé. Aí a gente vai para a praia e entra o ano literalmente “mijada”. Meu Deus, que bons augúrios, hein? Uma amiga minha ficava morrendo de sede, à beira da desidratação, só pra não ter que ir ao banheiro nestas ocasiões... Quando chegava em casa tenho certeza que urinava flocos de milho, pois comer comia e demais... Fora o carro que fazia com que fossemos umas cinco horas antes pra encontrar um lugar apropriado e seguro e voltássemos pra casa bem depois da virada, pois o trânsito era outra Via Sacra...
Já fui ao Terreirão do Samba, pertinho do Sambódromo... Não me invejem... Tratou-se de uma tentativa vã de manter meu casamento, pois meu marido (nossa, e pensar que já fui casada... numa outra vida menos inteligente...) iria sem mim... e eu iludida bancava a companheira, claro... Pra quê? Pra enfrentar os banheiros públicos, qual Hércules em seus doze trabalhos. Via-me na condição de nunca ter conseguido abrir aquelas portas com o poder da mente, ficar sem respirar algum tempo e, se lembrava de levar algo para suprir minha higiene, lavar as mãos seria o pote de ouro no final do arco-íris. Fora a vez que desfilei na Beija Flor e acabei toda esfolada nos ombros por conta da fantasia e quase com um furo no cérebro: o enfeite da cabeça foi amarrado de tal forma que certamente algum neurônio foi comprometido... se não eu não teria chegado ao final da avenida... Óbvio que a fantasia eu ganhei. Não teria gasto um centavo com tamanha inutilidade... neste ano a escola ganhou... E vocês acham que eu fui ao desfile das campeãs? Nem pela TV queria relembrar tal martírio...
Estes shows que assistimos na TV? Um povaréu com os braços pra cima, todo mundo suado, isso sem falar das mãos na bunda e tentativas de roubo... Tem também a epopéia de ir ao banheiro (meu Deus, problemas com o intestino? A idade permite, claro...) e tentar inutilmente encontrar as pessoas com as quais você foi ao evento... Nem tente... só se todos forem juntos e aí você vai ouvir críticas e recriminações...
Acampar? Só se você odiar sua casa ou se quiser se reapaixonar por ela. Sapos no banheiro? Pererecas no seu biquíni? Só permito uma no meu...
Prefiro ficar no recesso de meu santo lar. Ver shows e filmes pela TV. Tudo ao meu alcance... pois nem à cinema tenho paciência para ir...Sempre há um cabeçudo ou cabeçuda na sua frente, ou o ar condicionado está frio demais, ou nem existe e alguém esqueceu que banho a gente deve tomar regularmente...
Não, criaturas, economizem-me... O máximo de aventura a que me permito é tentar fazer o salário quitar todas as contas... mesmo tendo aprendido a viver no limite... e além dele, sempre...

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